terça-feira, 20 de outubro de 2009

Fat Talk Free Week

Sempre recebo as newsletters do Proata, que é o Programa de Orientação e Assistência a Pacientes com Transtornos Alimentares e hoje recebi um link para um vídeo dessa campanha: Fat Talk Free Week, ou Semana Livre da Conversa de Gordo(tradução livre).  A idéia da campanha é abolir a conversa de gordo, ou seja, aqueles comentários do tipo: "Nossa, você tá bem, perdeu peso?" "Ai, to tão gorda, tenho que emagrecer cinco quilos!", entre outros comentários. No vídeo eles ainda apresentam estatísticas sobre os transtornos alimentares, cada vez mais frequentes, principalmente entre as mulheres.
Sou psicóloga, e estava fazendo um curso de terapia com crianças e adolescentes. Em uma das aulas, começou a discussão sobre a idade mínima para o início de um transtorno alimentar em crianças. Gente, trabalho em escola e vejo as meninas novinhas preocupadas com o ganho de peso, controlando a alimentação no lanche, deixando de comer para se manterem magras. Há um horror ao sobrepeso, e o que é pior, há uma distorção no que seria esse sobrepeso. Eu defendi que cada vez mais cedo podemos perceber traços de anorexia e bulimia entre as meninas, e não chegamos a um consenso. Eis que logo após, vi um programa no Discovery Home and Health sobre uma menina de OITO anos que é anoréxica e sua luta para voltar ao peso normal.
A verdade é que magras ou gordinhas, sempre sofremos pressão para a modificação corporal. Digo isso porque sofro com o efeito inverso. Sou muito magrinha, com uma facilidade absurda para perder peso (uma semana sem jantar e caio para abaixo dos 50 kgs) e estou constantemente ouvindo comentários de que deveria engordar um pouquinho, que estou muito magra...Já encanei bastante com isso e sonhava em ter o corpo da Sheila Carvalho, e até que hoje em dia relaxei. Mas podia ter surtado e ficado maníaca por malhação, por exemplo.
Os transtornos alimentares são resultado de crenças distorcidas a respeito da auto-imagem corporal, onde as meninas se veêm muito mais gordas do que realmente são. Na anorexia, a menina deixa de comer, ocasionando uma perda de peso muito grande; a bulimia pode não apresentar uma perda excessiva de peso, mas tem episódios onde comem demais e ocorrem comportamentos compensatórios, como malhar excessivamente, vomitar, tomar laxantes.
Além da bulimia e anorexia, também existe o transtorno dismórfico corporal, onde a pessoa se vê de maneira distorcida: mais magra do que realmente é, com mais espinhas, mais feia...Levando a uma busca frenética pela perfeição da imagem, causando outros transtornos como a vigorexia (excesso de malhação) e também a um abuso das cirurgias plásticas.
Quando esses comportamentos estão presentes, o ideal é buscar acompanhamento profissional, para corrigir essas distorções de pensamento através do processo terapêutico.
Aqui no Rio, vocês podem procurar o IEDE, lá no Instituto de Ginecologia da UFRJ, no Centro. Eles possuem um grupo de apoio e tratamento de transtornos alimentares.
Fica a dica!

Para ver o vídeo da campanha, clique AQUI!

Beijinhos!